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sábado, 9 de abril de 2011

TEOLOGIA GNÓSTICA OU GNOSIS




A SABEDORIA GNÓSTICA 

A“ Gnose é um ensinamento cósmico que aspira restituir dentro de cada um de nós a capacidade de viver consciente e inteligentemente.” Samael Aun Weor


Esta é uma das definições para o movimento gnóstico que acaba sempre num denominador comum: Gnóses quer dizer conhecimento espiritual, intuitivo, revelador de cada ser.

Outra questão é de separar o gnóstico do herético, do que é considerado bruxaria, porque é claro que foi um movimento sufocado por ter tais características segundo a religião católica romana que defina o que era e não era coisas anti-Cristãs.

“Os princípios básicos da Grande Sabedoria Universal são sempre idênticos. Tanto Buda como Hermes Trismegisto, Quetzalcoatl ou Jesus de Nazaré, o Grande Cabir etc., entregam uma mensagem; cada uma destas mensagens do Alto, em si mesma, contém os mesmos princípios cósmicos de tipo completamente impessoal e universal. O corpo de doutrina que estamos entregando agora é revolucionário no sentido mais completo da palavra, mas contém os mesmos princípios que o Buda ensinou em segredo a seus discípulos ou os que o Grande Cabir Jesus entregou, também em segredo, a seus discípulos. É o mesmo corpo de doutrina, só que agora está sendo entregue de forma revolucionária de acordo com a nova Era de Aquário.”

Querer saber quem eu sou, de onde vim e para onde vou tem sido sempre uma curiosidade diante de tudo que passamos, presenciamos e não entendemos. A Gnose responde a esta necessidade primordial.

Gênese, Ser, Deus, Homem

“HOMO NOSCE TE IPSUM” (Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses).


Desde os tempos mais remotos todos, mulheres e homens buscam respostas, ressaltando que nem todos, porque muitos se dedicaram as guerras, conquistas, pilhagem, assassinatos e o conceito Gnóstico não cabe em um ser humano ambicioso e desde as primeiras civilizações, as primeiras tribas, muitos tinham apenas a necessidade de conquistar e governar.

Excluindo conceitos deturpados para homens durante toda a história protagonizar morte e violencia, Está escrito que “A glória de Deus consiste em esconder seus mistérios e a do homem em descobri-los”.


Encontrar por si mesmo a solução exata para todos os arcanos da Natureza não pode ser nunca, portanto, uma heresia ou um desatino, sendo sim este o mais digno e exaltado direito que possui toda criatura.

Mas pensar por si só, ter suas convicções, intuições entre outras coisas, ainda hoje pode ser mal interpretado, imagine no passado, em inumeras épocas?!!

O objetivo da Gnose (ou ciência do autoconhecimento revelador) não é algo que se apóia em sonhos ou fantasias sem fundamento ou uma crença herética, como pretenderam entender os servos  das religiões de todos os tempos. Muito pelo contrário, a Gnose foi, é e sempre será o SUMMUM DO CONHECIMENTO ETERNO, que permitiu a todas as formas filosóficas, místicas ou religiosas adentrar no terreno das verdades absolutas e, deste modo, oferecer à humanidade um caminho a seguir para chegar ao reino imutável da verdade.

É certo, como bem expôs o V. M. Samael Aun Weor, que a verdade é “o desconhecido de momento em momento e por isso apóia-se na profunda intimidade de cada ser humano”.

Ou seja, eu tenho meu modo de ver, sentir, intuir, pedir, orar, sem que absolutamente ninguém interfira ou dite regras, seja dono de verdades.

O meu SER de filosofia secreta não é questão de conceitos ou de pareceres ideológicos. Trata-se, pois, de uma disciplina voluntariamente assumida, praticada de uma maneira incessante até se conseguir, depois de múltiplos esforços físicos, éticos ou espirituais, sentir e vivenciar em mim, no meu íntimo, a real conformidade como meu  espírito. Para se conseguir algo, é necessário conhecer a metodologia que há de nos levar a tal fim e, tratando de conseguir isso que é a raiz de nossa existência, isso que está além do tempo e da relatividade (com todas suas variantes), é óbvio que necessitamos de um guia sólido capaz de nos garantir o triunfo final como prêmio para nossas inquebrantáveis lutas.
A Gnose, porque ela, em si mesma, é AUTO-SUFICIENTE, AUTODIDATA E AUTOCOGNOSCITIVA. Daí emerge a idéia de que “a Gnose pertence à intimidade sagrada de cada indivíduo”. Quero apenas apontar, ante o veredicto solene da consciência pública, os parâmetros que identificam filosoficamente e metafisicamente as posturas que o gnosticismo de todos os tempos sustentou dentro do marco doutrinário.

                                  


Muito se vê, hoje em dia, sobre o mundo das seitas ou das pseudo-religiões que criam sobre as pessoas um verdadeiro caos mental. Demonizam outras religiões, interpretam os ensinamentos de modo a influenciar as pessoas que tentam um caminho menos árduo, seja através dos Livros Sagrados e palavras, fazendo um verdadeiro negocio religioso, qual seja, você tem o paraíso, paz, emprego mas em troca dê-me seu dinheiro, acate o que digo e os outros estão errados em seus pensamentos e atitudes. Acaba-se criando uma antipatia gratuita de pessoas que são de outras religiões e as que não são. Muitas se resumem em comécio e modo de vida.

                                   

Alguns sábios filósofos disseram: “a Gnose sempre aparece em momentos cruciais, em que a humanidade se sente despojada de seus princípios divinos e proporciona, então, ao homem, uma nova visão sobre o porquê da sua existência e da própria criação”. A Gnose vive nos fatos e desfalece nas abstrações subjetivas do intelectualismo. A Gnose desvela de forma científica tudo aquilo que está contido nos diversos tratados que emanaram de homens ou mulheres que no mundo conheceram o SER.
Maria, Ser, Deus, Homem

Os gnósticos desprezam a letra que mata e buscam o espírito que vivifica. Para compreender as verdades eternas, temos que nos liberar de toda classe de preconceitos sociais, de tradições dogmáticas e de medos de toda natureza para então poder experimentar o cru realismo disso que é divino…

A Gnose sempre nos convidará ao despertar e para isso insiste, de forma reiterativa, sobre a necessidade de ativar todos os mecanismos psíquicos e biológicos dos quais estávamos dotados desde o amanhecer da criação, para um dia abrir nossos olhos e testemunhar a majestade que envolve o Pai de todas as coisas…

Diremos, então, que “DEUS NÃO TEM FILHOS PREFERIDOS, MAS SIM FILHOS QUE O PREFEREM”.

                        

Karl Gustav Jung, nascido em 26 de julho de 1875, no lugarejo de Kresswil, Cantão de Thurgau, Basiléia, Suíça. Jung foi – e ainda é – vítima de um  fenômeno que ilustra bem o que estamos tentando dizer. Para muitos, Jung é considerado um homem religioso, um místico, um bruxo, um esoterista (mas, isso era a última coisa que passava pela sua cabeça). Mas, em vida sempre se negou a seguir e a professar a doutrina de seu pai (pastor luterano) ou qualquer outra religião. Suas inquietudes espirituais só foram preenchidas e resolvidas quando teve acesso à “Divina Gnosis” e à “Alquimia” – justamente duas formas do conhecimento antigo muito ligadas ao gnosticismo clássico.

É que Jung, como os gnósticos, negava-se a fazer parte de um sistema religioso morto. Por isso, dedicou sua vida à busca, à compreensão e à explicação de Deus como algo vivo, concreto e experimentável, fazendo dessa busca a base de todo o seu trabalho. Como conseqüência dessa atitude, que sustentou ao longo de toda sua larga existência, de um lado conseguiu o desprezo dos religiosos, crentes e teólogos por jamais aceitar, como vaca de presépio, as arengas de uma fé destituída de vida e conteúdo, e de outro, recebeu o descaso e o escárnio dos supostos homens de ciência (os que se dizem homens de saber). É que Jung não via nenhum inconveniente em mesclar Deus com os objetos da pesquisa científica ortodoxa – algo que horroriza hoje as mentes acadêmicas.




É aqui, então, que jaz o grande desafio de levar ao público não-iniciado os mistérios da “Divina Gnosis”, a mesma que deu a Jung (e a tantos outros ao longo da história) as respostas que buscava para suas inquietudes espirituais. Aqui, já aparece a primeira e grande diferença entre um “gnóstico” e um “crente”. O gnóstico sabe por experiência direta; não precisa seguir ninguém, nem a religião, nem a ciência. Já o crente é um seguidor, e, tudo que julga saber é extraído do trabalho de terceiros; é alguém sem idéias próprias; alguém que não aprendeu a pensar por si mesmo.

Um gnóstico não tem opiniões; ele vivencia por si mesmo as verdades e realidades do mundo, da vida e do universo. Um crente só tem opiniões porque jamais experimentou coisa alguma por si mesmo. Somente se limita a ler, a acreditar e a seguir teorias e dogmas – sejam eles científicos, filosóficos ou religiosos.

Ao contrário do que dizem os inimigos da Gnose, o gnóstico não é um fanático nem um inimigo social ou das religiões. Um gnóstico, simplesmente, quer saber por si só, diretamente, sem intermediários, e ir além da esfera das opiniões pessoais e das especulações meramente intelectuais. O gnóstico trabalha com capacidades desconhecidas de cognição que estão dentro de si para experimentar diretamente as grandes verdades do mundo real.

Todas as controvérsias que surgiram nos primeiros tempos do cristianismo – e que ainda são alimentadas no mundo moderno – são devidas, justamente, ao fato de a Gnose designar um conhecimento mais profundo das verdades dogmáticas que eram apresentadas aos fiéis da época. Teódoto, por exemplo, conceituava que “a filosofia gnóstica é como uma espécie de visão imediata da verdade”, ou seja – e isso é muito importante: gnose é algo distinto da simples erudição adquirida através de leituras e estudos teóricos. Especialmente nos dias atuais, quando a ciência e a educação preconizam um conhecimento puramente intelectual, empírico e mecânico, isso se torna importante.

Sem nenhum ranço de fanatismo, e apenas para salientar um aspecto da gnose em seu mais exaltado grau, o fato é que as lideranças políticas e religiosas de todos os tempos sempre temeram e detestaram a gnose e os gnósticos justamente por causa da implicação social das possibilidades que esse conhecimento oferece: um gnóstico não depende de ninguém e de nada porque se desapegou de tudo e de todos; vive de Deus e para Deus.

Para melhor compreender a profundidade das implicações dessa realidade, basta examinarmos algo da história e das tradições religiosas antigas. Por exemplo, Jesus respeitava as leis, a sociedade, a família, o governo, tudo. Mas, não era dependente do sistema religioso da época. Reuniu tal poder em si mesmo que, literalmente, podia tudo. Moisés, pelo poder divino que reuniu em si, conseguiu libertar o povo judeu do cativeiro no Egito, contra a vontade do Faraó. Buddha, quando conheceu a realidade da vida, largou tudo e buscou a iluminação (ou libertação do jugo e dos poderes da matéria). Enoch, pela sua fé e devoção, foi levado ao céu em corpo e alma. Isaías foi serrado ao meio porque se negou a comer alimento servido aos ídolos ou falsos deuses. Sócrates tomou cicuta e morreu feliz defendendo suas idéias até o último instante. Jâmblico, o grande mago, podia materializar Anjos e Deuses, e com eles conversava frente a frente. Samael Aun Weor, no século XX, devotou toda sua vida a aplainar os caminhos e a preparar o terreno para a vinda do Cristo em Aquário (algo que deve suceder após a Grande Catástrofe).

As principais características do gnosticismo primitivo são:

1. O conhecimento ou Gnose é obtido por revelação ou inspiração divina.

2. O objeto do conhecimento gnóstico é Deus e a relação do homem e do mundo para com Deus.

3. Este conhecimento ou gnose, por si só, opera a redenção de todo o mal, tornando o homem um ser imortal (pela disciplina iniciática). Já as principais características do gnosticismo atual podem ser resumidas da seguinte forma: A gnose é o conhecimento do que fomos (vidas passadas), do que somos (ontologia), de onde viemos (cosmologia), de onde estamos (conhecimento científico) e para onde iremos (escatologia). Isso implica em mergulhar profundamente dentro de nós mesmos para buscar o auto-conhecimento e o resgate da consciência de nossas vidas passadas, do que temos dentro de nós, em recônditas profundezas, em forma de qualidades, virtudes, dons e material psicológico para ser usado, trabalhado e transformado.

Em outras palavras isso equivale a explorar o infinito universo do Ser e realizá-lo dentro de nós, aqui e agora, neste plano existencial.


Não é exagero: os gnósticos estudam, pesquisam, investigam e buscam o conhecimento de TUDO. Não existem limites para um gnóstico. O gnóstico se caracteriza, se sobressai, justamente, por isso: é interessado e dedicado a tudo, a todos e a todas as coisas.O gnóstico busca superar todos os limites e barreiras que se lhe apresentam. Por isso, é muito comum um gnóstico ser chamado de gênio (além de herege e fanático). Gênio, Jina, Djin é o Ser que habita dentro de cada homem. A inteligência e a capacidade de compreensão e ntendimento do Gênio Interno é infinito por que o Ser é infinito, onisciente, onipresente.

A FÉ MORTA DOS IGNORANTES
Desde os primeiros séculos do cristianismo, quando o texto grego do Evangelho foi traduzido para o latim, principiou a funesta associação de crer com fé. A palavra grega para fé é pistis, cujo verbo é pisteuein. Infelizmente, o substantivo latino fides, correspondente a pistis, não tem verbo e, assim, os tradutores latinos viram-se obrigados a recorrer a um verbo de outro radical para exprimir o grego pisteuein: credere, que em português deu crer. Nenhuma das cinco línguas neo-latinas português, espanhol, italiano, francês, rumeno – possui verbo derivado do substantivo fides, fé; todas essas línguas são obrigadas a recorrer a um verbo derivado de credere. Ora, a palavra pistis ou fides significa, originalmente, harmonia, sintonia, consonância. Portanto, ter fé é estabelecer ou ter sintonia e harmonia entre o espírito humano e o espírito divino. Nos tempos modernos, é fácil estabelecer o seguinte paralelo ilustrativo: um receptor de rádio só recebe a onda eletrônica emitida pela estação emissora, quando o receptor está sintonizado ou afinado perfeitamente com a freqüência da emissora; se a emissora, por exemplo, emite uma onda de freqüência 100, o meu receptor só reage a essa onda e recebe-a quando está sintonizado com a freqüência 100; só neste caso, o meu receptor tem fé, fidelidade, harmonia ou está em consonância com a emissora.


Se o espírito humano não está sintonizado com o espírito de Deus, ele não tem fé, embora talvez creia. Esse homem pode, em teoria, aceitar que Deus existe, e apesar disso, não ter fé. Ter fé é estar em sintonia com Deus, tanto pela consciência como também pela vivência, ao passo que um homem sem sintonia com Deus pela consciência e pela vivência, pela mística e pela ética, pode crer vagamente em Deus.

Crer é um ato de boa vontade; ter fé é uma atitude de consciência e de vivência. A conhecida frase “quem crer será salvo, quem não crer será condenado”, é absurda e blasfema no sentido em que ela é geralmente usada pelos teólogos. Mas, se lhe dermos o sentido verdadeiro, ela está certa, porque a salvação não é outra coisa senão a harmonia da consciência e da vivência com Deus.

A substituição de “ter fé” por “crer” há quase dois mil anos desviou a teologia e deturpou profundamente a mensagem do Cristo.



Autor: Huberto Rohden




“A Gnose é a plenitude do conhecimento, na qual culminam a Fé e a Filosofia. Querer chegar à Gnose sem Filosofia, sem dialética e sem o estudo da natureza é pretender colher as uvas sem cultivar a vinha. Para chegar até ela há que ascender, mediante a Fé, penetrar os segredos das Escrituras encobertas debaixo do véu das alegorias e conhecer os ensinamentos secretos do Senhor, transmitidos pela Tradição aos Apóstolos, especialmente a Pedro, Santiago, João e Paulo, e, destes aos demais.Seu objeto é o conhecimento de Deus, que é a causa mais além de todas as causas, e do Logos que é a verdade por essência. É um conhecimento eminente, esotérico, reservado a uma minoria muito seleta, contraposto ao conhecimento esótérico que está destinado ao comum dos fiéis. É uma iluminação, uma compreensão, um estado habitual de contemplação, conhecimento intuitivo e afetivo da causa suprema de todas as coisas, que produz uma certeza absoluta. É a Perfeição da caridade, própria do Novo Testamento. Para se chegar a esta contemplação é necessário uma dupla preparação. Uma purificação moral, mediante a prática das virtudes, e uma preparação intelectual semelhante à uma iluminação. Depois vem os ‘pequenos mistérios’ com seus ensinamentos próprios e finalmente ‘os grandes mistérios’, nos quais se contempla o Logos. Quando se chega a este grau, a alma gnóstica é uma imagem do Logos, e intui a Deus face a face, ainda que a contemplação perfeita só se consiga depois da morte. Gnóstico é o que vive unido a Deus pela Caridade e pelo Conhecimento, e que dominou suas paixões conseguindo um equilíbrio e uma imperturbabilidade absolutos. Assim se chega a apatia, que consiste na imunidade de toda paixão que possa perturbar a paz e tranquilidade da alma. O gnóstico compreende o que aos demais parece incompreensível. Não há nada obscuro para ele. Tudo sabe, e por isso pode também ensinar. Muitos escutam a palavra divina, que é a refeição da alma, mas nem todos compreendem a grandeza da Gnose, e menos ainda são os que obram segundo a vontade do Senhor, que é a água da vida gnóstica. O gnóstico contempla a luz e a verdade. Quanto mais simples são seus desejos, tanto maior é sua união com Deus. O gnóstico imita a Deus e server seus próximos com caridade. As características do gnóstico são três: conhecer o Logos; agir segundo o Logos; e ensinar os demais as coisas ocultas acerca da verdade.”

                                                              Maria Madalena
Gnose - Madalena
                                                                     












AS ORIGENS DA MAGIA

Alegoricamente, no livro apócrifo de Enoque, está escrito que a Magia foi ensinada pelos anjos que se deixaram cair do céu para amar as filhas dos homens. Segundo Eliphas Levi, os filhos do céu são os Iniciados, os Magos, os sacerdotes antigos, os detentores dos segredos da Alta Ciência.

Os filhos do céu, seduzidos ou embriagados pelas forças magnéticas da natureza, concentradas nas filhas dos homens, acabaram, pela primeira vez, numa época muito distante da atual, trocando seu cetro de poder pelo Osso de Onfale ou seus segredos mais poderosos pelos feitiços, pelas paixões humanas. Vale dizer que a volúpia, a paixão, a força cega (ódica) de Eros destronou os brilhantes filhos dos céus nos primórdios da humanidade terrestre. Tanto Adão quanto os magos foram seduzidos pela mesma serpente que até nossos dias atrai e ilude ricos e pobres, crentes e descrentes, santos e depravados.



Para se chegar à Alta Magia é preciso escalar, cuidadosamente, o tronco da Árvore da Vida e o tronco da Árvore do Bem e do Mal. Moisés, Davi, Salomão, Krishna, Buddha, Pitágoras, Platão, Jesus, Maomé, todos tiraram dessas duas árvores cabalísticas seus poderes e cetros de reis, sacerdotes, magos, profetas ou, simplesmente, grandes seres. Portanto, é a Magia ou Alta Ciência destinada aos homens e mulheres que chegaram ao domínio da vontade, da imaginação e das paixões e fraquezas humanas. Há que se ter sempre em mente que a casta natureza não entrega as chaves da sua câmara nupcial aos adúlteros e fornicários.

Em Magia existem apenas duas categorias de pessoas: senhores e escravos. Todos nascem escravos de suas necessidades. Hoje, mais que no passado, novas necessidades foram e estão sendo inventadas e mantidas por um aparato publicitário, sustentado pela indústria do consumo. É possível a libertação dessas necessidades. Em Magia isso é indispensável porque não há como nivelar senhores e escravos em nome de um falso conceito igualitário efraternal. A inteligência deve governar e o instinto obedecer. Está escrito, no gigantesco livro aberto da natureza, que são os homens livres que devem governar e conduzir os escravos. Isso não quer dizer, de forma alguma, que os escravos sempre serão escravos. Ou que os senhores devem fazer e manter sistemas de escravidão como muitos acreditam, fizeram e querem fazer crer. Pelo contrário: os escravos estão sendo chamados, permanentemente, a se libertarem. Contudo, não entendem a liberdade, não querem a liberdade. Sonham com uma liberdade feita à sua imagem e extensão, onde tudo, hedonisticamente, é possível e legítimo, acima e além de todas as leis que criaram e mantêm o universo. A liberdade, por conseguinte, não consiste em legalizar ou autorizar a prática de vícios, prazeres, paixões ou cultos hedonísticos. Isso seria a pior e a mais perversa de todas as tiranias. A liberdade é um estado de consciência e consiste em obedecer, voluntariamente, às leis que geram e sustentam a vida. São as paixões e apegos individuais que levam à existência e ao estabelecimento de leis, governos e sistemas conduzidos por homens livres. São os escravos, em última análise, que fazem necessária a existência de senhores — e não o contrário. Compreende-se aqui, então, por que os poderes da Alta Ciência não podem e nem são entregues aos ambiciosos, gananciosos, cúpidos, intrigantes, caluniadores, etc.

A Atlântida afundou porque seus sacerdotes prostituíram a Magia. A atual civilização também já se condenou ao desaparecimento, primeiro porque profanou os Mistérios e, depois, porque deixou de seguir seus preceitos. Não existe retrato mais vivo e candente da inversão de princípios que o da civilização atual. Hoje, são os escravos que governam e fazem as leis. A conseqüência é o caos social, fruto da tirania econômica e política, e de um perverso desnivelamento de valores, bens e riquezas que Deus e a natureza nos dão. Nem Deus nem a natureza geram reis e escravos. Todos nascem para trabalhar; todos nascem operários da Grande Obra do Creador. Contudo, há operários que se negam a trabalhar. Mesmo assim, o Grande Arquiteto do Universo respeita o livre arbítrio. Mas, para manter a ordem e poder respeitar o livre arbítrio dessas criaturas, que preferem não trabalhar na Grande Obra, são estabelecidas leis e sistemas. Ou seja: a decisão do homem de não colaborar com o Plano Divino levou Deus a estabelecer a Hierarquia para que as Leis pudessem ser aplicadas. Deveriam aprender, os governantes e políticos do mundo inteiro, que só dentro da Hierarquia pode haver Liberdade, Igualdade e Fraternidade, hierarquia essa que só pode existir dentro dos valores da Consciência, da Alma, do Ser, e não do Intelecto ou da Personalidade ou do Ego.

Por tudo isso, por toda a realidade escondida atrás dessas palavras, é que se pode afirmar que, entregar os segredos da Magia ao povo ignorante, é o mesmo que expor a nudez paterna à curiosidade dos estranhos — como relata a Bíblia na passagem referente a Noé. O próprio Mestre Jesus alertava seus discípulos com estas palavras:

“Não deis aos cães as coisas santas, nem deis aos porcos as vossas pérolas, para que não aconteça que as pisem com os pés, e, voltando-se, vos despedacem.” (Mat. VII, 6.).

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